23.8.04

Chegar a casa e rodar a chave... Encontrar-me sozinho...
Esta noite sou mais uma vez sem ti.
Lembro-me de te abraçar como se de seguida morresse. Como se logo ali a minha vida findasse! E depois do abraço vinha o beijo, dado em jeito de segredo... como se mais ninguém pudesse saber que ali se amava! Que éramos... enfim... um só.
E ali mesmo, a vida num momento, parava para que tudo fosse perfeito!
E amava-se, como se amor fosse ar! Como se disso dependesse o nosso ser... O nosso estar... e que bom era estar contigo!
Nunca nada era igual. Pedias que te tocasse assim, ou que te beijasse de um jeito diferente...
Eu apenas pedia que ficasses... que me amasses... fosses em mim para sempre!
E de repente...
Tudo acaba... Sem perceber porquê!
E o meu eterno desejo...
por aquele beijo...
leva-me a casa.
E rodo a chave... e encontro-me sozinho...

... as mão vazias... DE TI!


10 comentários:

Sandro disse...

A ultíma frase do texto é de um poema de Pedro Abrunhosa.
O seu a seu dono.
Achei que ficava bem aqui. Mas gosto de frisar que não é de minha autoria.

Anónimo disse...

que escrita mais bela. os sentimentos à flor da pele e as palavras espelham a alma.
(nickonman da Praça)

Monalisa disse...

Gostei do teu texto poético. Tem saudade....Beijinho

Anónimo disse...

Caiem lágrimas por te ler e por saber de cor essa dor.... Mas sozinhos jamais estaremos, pois temo-nos pelo menos um ao outro...

;) Martinha

Anónimo disse...

:) Às vezes parece que nós, portugueses, sentimos a saudade de uma forma muito nossa, nos sentimos ligados a recordações, àquilo que foi e já não é. Lindo. **

Anónimo disse...

Por defeito, não podemos precisar o instante em que o amor começa e acaba. Apesar disto, parece-me continuar a existir uma melodia extraordinária ao dizer princípio. Depois de tanto mundo, apetece-me ainda dizer : na verdade, tudo isto podia ser uma canção doce…

Anónimo disse...

“A minha paixão tinha o nome da incerteza, vivia dela, morria e renascia dessa alegria dentro da tristeza, dessa tristeza dentro da alegria”.

Destas experiências fica sobretudo a dor da descoberta de que ninguém nos pertence, por mais íntimo que o outro nos seja, nunca o conhecemos.

Anónimo disse...

@sandro - pedes à mad (aliciante) para escrever. ela tirou uns dias para descansar, longe da urbe. não tenho dúvidas que está a escrever. e que logo que regresse virão novos textos.
1 abraço
nickonman
http://pracadarepublica.weblog.com.pt

Mikado disse...

É sentir que as tuas palavras são as minhas, que outrora as pensei e que tu as escreveste! Um dia somos um só e no outro estamos sós, não será a solidão a nossa mais fiel companheira? Continua com a escrita boa, SusanaT

Mikado disse...

Só...dei outro nome ao meu blog, acusada vergonhosamento de plágio, o autor autodenominou-se "Caralho", não há que ferir susceptibilidades por isso eis-me como Mikado: http://blogdomikado.blogspot.com/