21.3.07

Dia mundial da POESIA



"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração."

=António Ramos Rosa=


Não te quero ganhar numa luta desenfreada,
sobre tudo o que de nós queremos...
Não quero, no meio de uma pedrada,
atirada à tua vidraça de vidro semi-transparente,
descobrir que afinal te beijo mais do que te bato!
Desisto de tudo que possuo...
Desisto de ser, de fazer, desisto dos meus,
e dos mais que pudessem vir...
Pois preciso de todo o tempo do mundo,
para nunca desistir de ti!
Sandro Almeida




6 comentários:

Aleisa disse...

O mais importante de tudo é que nunca desistas de Ti!

Um beijinho

Anónimo disse...

Esse poema fez-me lembrar o nosso primeiro tempo de namoro... e é tao bom recordar... amo-te paixao boa... beijo nosso...

Clara Mafalda disse...

um bem haja a todos que tao bem sabem contemplar e fazer jus a esta arte de saber escrever :)*

João Pedro Coelho disse...

e não há poesia sem o poeta, e quem melhor para fazer o retrato disso que é ser poeta, que o Ary no seu "retrato de um poeta" , um poema que vale a pena ouvir na própria voz do poeta, voz essa acolhida no peito do canto dessas coisas tão queridas...

...e é justamente ary dos santos que vai declamar...

Joana disse...

Muito bonito o poema. E o teu também. Gostei particularmente da imagem: "Não quero, no meio de uma pedrada,atirada à tua vidraça de vidro semi-transparente,descobrir que afinal te beijo mais do que te bato!" As humildades do amor só fazem é bem :) Beijinho grande amigo.

Rosa-dos-Ventos disse...

Escrever(te) numa data específica,
pequena pedra no vidro da tua janela,pretexto apenas para quebrar o silêncio, salvo-conduto da delicada fragilidade com que nos tocamos ... nas pontas dos dedos, apenas.

Maria