1.12.04
Amanhã...
Sozinho em casa, e ganho vida...
... tu chegas!
Vens de cara fechada e com rugas na testa. Franzes sempre a testa quando te chateias, ou te chateiam.
Que se terá passado, penso... Mas nem to pergunto!
Recebo-te com um beijo e reviras-me a cara, mostras-me olhos de raiva! Atiras-te para cima do sofá, como se este exercesse sobre ti o efeito de um iman...
Enterras-te e dizes baixinho:
- Estou farta!
Então, porque sei como és, quedo-me do teu lado e fixo os meus olhos em ti, enquanto prossegues:
- Estou farta... farta que façam de mim aquilo que não sou. Que me vejam como pau para toda a obra. Trabalho, trabalho, e ninguém reconhece mérito, mas se uma só vez falho... cobram, e cobram, e cobram...
Piscas os olhos ainda lascivos de raiva, franzes de novo a testa...
- Vou-me embora de lá! Estou farta, farta!!
Terminada de dizer isto, atiras-te a mim num abraço, e num beijo cuja violência desconheço, vejo a tua face toda vermelha, e oiço-te num respirar ofegante...
Começas a despir-me por entre beijos, e suplicas para que as minhas mãos te toquem... E suspiras de raiva... Sempre raiva!
Chego-me para trás e afasto-te com as mãos:
- Amanhã... amanhã... Não faças a tua revolução no meu sexo!
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4 comentários:
Dá muito que pensar a frase do fim tendo em conta o que está antes!
oi Sandro, quem sabe se depois da tempestade não vinha a bonança?...a sério, foi um começo agressivo mas não quer dizer que o resto também fosse. Beijinho para ti.
há revoluções pacíficas :)
Talvez amanhã já não esteja cá para nenhuma revoluçao...
Talvez amanhã nem esteja já para coisa alguma...
Porque não hoje? Sempre hoje... Prefiro viver mil dias no Hoje do que um unico no Amanha.
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