30.9.04

Arrependimento

Só estou à espera que este teste acabe
para que os dias de luz comecem.
Vou estar sozinho... mas talvez mais livre...
Como um papagaio de papel que voa eternamente!

Lembro-me do medo de estar sozinho,
agora assusta-me poder vir a gostar desta solidão.
Todos estas caras sem sentido...
Como podem existir personalidades tão diferentes?
Tantas vidas de mãos vazias...
E todos esses corações, para quê tão grandes exigências?
... O meu arrependimento parece tão longe,
até ser levado nas ondas de dor.
Mas desligo-me de tudo e afugento-as,
e peço aos dias de sol que as mantenham longe.
Depois choro tão forte estas palavras tristes,
que tudo o que sinto irá desaparecer,
embora ecoe na minha cabeça por agora,
como um puzzle que não se encaixa.
E penso em tudo o que passei,
mas não volto atras... estou por minha conta...

...

Mas estou prestes a tentar mais uma vez...
Apenas partículas de vontade...

29.9.04

Eu e tu

Pensava que te conhecia tão bem...

Que te sabia de cor...

Sempre foram assim tristes os teus olhos?
Sempre foi cinzento o teu olhar?
E o teu sorriso... Onde anda o teu sorriso?
Pensei que te tinha em gargalhadas tais que me ofuscavam sempre o chorar...
Mas agora choras... Porquê?
Em que 10 segundos desviei eu o olhar e o teu mundo ruiu?
Onde falharam as minhas mãos para que caísses dessa forma tão desenfreada?

Não chores... Não desistas...
Não te deixes cair por um amor qualquer...
não correspondido!

Olha para mim!
Estou aqui e até ao fim...
Serei eu e tu...
Serás tu comigo!

27.9.04

Percepção

Há coisas que nunca mudam...
Outras há que não param de mudar!
Mas a força dentro de nós vem dessas mudanças
e desses constantes que nos equilibram.
Precisamos de mudar e aprender para nos
sentirmos vivos...
Mas necessitamos sempre de algo imutável,
algo que nos dê aquela segurança necessária a quem quer ser...
Precisamos de aguardar o futuro, mas nunca esquecer o passado!



... Precisas de perceber a mentira de todas as verdades que te digo...
Queres-me perceber?... Vira-me ao contrário!


24.9.04

Deixa...

Deixa-me sonhar...
Quando sonho estou contigo!
E não há ciúme...
Não há inveja...
Não há distancia...

23.9.04

2000?

Não fazem mais de 4 semanas desde que celebrei, de forma muito efusiva, as 1000 visitas ao Insónias... e assim... sem mais nem menos... sem querer nem ter... 2000 visitantes!!!

E vejo novas pessoas a passar de visita, cujo destino ainda não sei qual é, mas é bom demais verificar que ouve muita gente que fez deste um ponto, não só de passagem, mas aonde param, e (se) perdem (por) uns minutos...
Espero que se mantenha assim, mas uma coisa é certa, o Insónias esse há-de manter-se sempre!

É como diz uma menina, dona de uma fábrica aqui perto, onde se fabricam dos melhores sonhos que já vi... Não é um mero blog, é um mundo!
Este é o meu...

Obrigada!

Lembrança

Penso em ti e logo existo!
Mesmo ausente,
O teu corpo é meu.
E tento transformar a dor em esperança...
mas... saudade não é lembrança...
e muito me lembra o corpo que é teu!

19.9.04

Complicado...

É complicado...

As pessoas aparecem na nossa vida, e tomam-na por sendo algo fácil, e nós como sendo um livro aberto, e pensam que o que somos é exactamente o que deixamos ver!
Não percebo donde vêm essas suposições tolas de que o ser humano é algo assim tão transparente, que meros 2 dedos de conversa chegam para decifrar o que por vezes nem nós percebemos... falo de nós próprios!
Eu tenho tanto de mim que não conheço, como é que em 3 tempos, alguém pode ter algo de mim que diz querer?
Nem eu consigo filtrar o bom de mim, e manter-me à margem daquilo que tenho e que não presta!

É complicado...

Quando as pessoas chegam e te decifram assim... às 3 pancadas e sem noção nenhuma do que és, do que sentes, do que queres e não queres desta vida que, ora te é madrasta, ora dás graças a Deus por ser como é. Alguém sabe que por vezes sofro por trás de um sorriso? Que por vezes choro em função do quanto me limita uma gargalhada no expressar de toda a felicidade de um momento?
Ninguém sabe nada de nada!

É complicado...

Quando te dás a alguém sem limites nem barreiras, e essa pessoa, sem se aperceber no quanto leva de nós, nos subjuga a um mero sentido de posse, e, ignorante, nos deixa passar ao lado, lamentando-se mais tarde por algo que teve e deixou fugir... NÃO! NÃO TIVESTE! NÃO QUISESTE SABER!
Aquelas pessoas a quem dizes “Eu Amo-te”, e ela responde “Eu sei!”...
Não! A resposta era “Eu também”... “EU TAMBÉM TE AMO”!
“Eu sei”???!!! Não, não sabem... E o que magoa mais é que simplesmente não querem saber...

É complicado...

Como é que nos roubam um beijo um dia, e nos ganham em sentimento, e pensam que só por isso nos conhecem e que nos têm como certos?
Não, não me conhecias...
Não, tu não me conheces..
E não... Não sei se alguém me virá a conhecer...

...

Talvez EU seja complicado...

18.9.04

Abraço

Ontem, durante a noite, enquanto dormias, abraçaste-me...
Deste por isso?
Senti medo no teu abraço. Como se estendesses os braços para ver se estava ainda lá... Depois, já mais calma, vi-te formares um sorriso, e voltares a um sono mais profundo!
Sabes que fazes isso todas as noites? Ali... a dormir... é quando mais sinto que me amas.
Ás vezes dou por mim a pensar se já terás feito isso por mais alguém... Se antes de mim mais alguém sentiu este amar tanto que mesmo durante o sono procuras um regaço, para num abraço, sentires que podes ficar segura, e voltar a sonhar...
E se já antes fizeste isso por alguém... Meu Deus... Como é que esse alguém te perdeu?
Então ganho medo, e, no meio de um beijo apaixonado, dou-te um abraço mais demorado...
E, como se o percebesses, mais uma vez procuras-me e lanças os braços, apertas-me contra o teu peito, e de volta o sorriso, mais que perfeito, e acalmo-me eu...
Nesse instante o mundo pára, e nada mais que isto faz sentido...

Por vezes levanto-me e sento-me aos pés da cama... E fico ali a olhar-te... E não faço qualquer som, como se fosse segredo, este querer ver-te dormir. Como se fosses uma criança pequenina, e eu o anjo que te vem guardar.

Volto à cama, e logo que sentes o meu corpo, abraças-me mais uma vez, e sinto aquele quente no estomago... E olho-te de novo... os teus olhos fechados... os teus lábios...
Então chego-me mais perto e enconsto os meus lábios ao teu ouvido e sussuro o que te quero dizer:
“-... Amo-te
-...Nunca, mas nunca, te quero perder...”

17.9.04

Queria...

Queria ser em ti um só dia
Ter-te em tempo, ou para a vida.
Queria poder gritar em ti o quanto te quero
E em qualquer momento virares lembrança...
Amar-te... Apenas e unicamente como se ama!
Sentir-te enquanto te desejo...Desejar-te quando te sinto...
Ali... Em mim... Em tempo algum, mas com todo o tempo do mundo!
Porque amar-te é isto... É dor, e desejo... Prazer e lembrança...
Amar-te é este ser em ti, como se fosses doce e eu criança...
É este elouquecer com o teu toque,
Este desejo sofrego para que apenas... apareças..
E sejas... mais uma vez... Tudo.
E poder falar-te do que não falo a mais ninguém...
Poder contar-te o meu dia...
Deitar-me sobre o teu colo, roçar o corpo na esperança...
Olhar-te apenas...
Nos olhos fundo...
Tocar-te a alma...
Prometer-te o mundo!

15.9.04

Penso...

-Em que pensas?

...

Em que penso? Que pergunta tão banal, tal é a fluidez da resposta... Olha... Nem dói!
Penso nela... Nos momentos em que a tive, nas vezes que nos beijamos.
Penso no corpo aveludado, em que a cada toque descobria uma sensação diferente... Penso no acordar já ofegante... já excitado... já pronto a amá-la...
Aquele olhar meigo, apaixonado... Naqueles repentes que lhe dava e em que se atirava a mim sofrega... esfomeada... pronta a me devorar...
Penso no sexo... no sexo... no sexo...


Penso nos segredos que me dizia... naquele tom de voz desaparecido...
O seu cabelo louro... nas suas mãos pequenas, onde eu cabia por inteiro...
Nas saidas à noite... aniversários... jantares... Os constantes olhares para o relógio... a espera...
Lembro-me como me acenava com as chaves de casa, mordia o lábio inferior e depois humedecia a boca com a lingua... e me deixava a salivar... doido de desejo...
Penso nas viagens para casa, no carro... Ali começavam os preliminares...
A forma como me tocava enquanto conduzia... os beijos... o segredar na sua voz roca... “-Vá! Mais rápido... Estou doida...”
Penso no sexo... no sexo... no sexo...

-‘Mor? Não respondes? Em que pensas?

...

-Em nada... em nada...

14.9.04

O Sonho

Quero-vos contar um sonho.
Quero-vos contar um meu sonho...
Reparem, disse “um”, e não “o”, sonho. E podemos, antes de vos contar o sonho, falar nisso... Qual é “o” nosso sonho? Quando é que vou saber que aquele é “o” meu sonho? Quando é que vou poder acordar de um sonho e dizer, sem qualquer réstea de duvída, que este sou eu, que é aquilo que quero? Que é por isto que vou lutar para mim?...
Eu não sei... Eu que por vezes entro numa geladaria para comer um gelado de chocolate, e saio com um sabor de baunilha e outro de morango.
Como é que eu sei?
E se “o” sonho não vier, e eu tiver deixado passar todos os outros sonhos ao largo, sem me ter agarrado a nenhum, não os tendo sequer deixado em lembrança?
E se hoje sonho morango, e amanhã sonho chocolate?
Como é que eu sei que o sonho de hoje é o que se vai prender ao peito, se amanha posso sonhar com algo mais que hoje?
E se a noite não vier? Que palavras vou usar para descrever um sonho que não sei se vem?
Espero mais um dia? E vou adiando a vida à espera “do” sonho?
Sim... Porque eu gostava de viver “o” meu sonho! Sem duvída...
Mas como é que eu sei?
Ainda no outro dia sonhei uma vida sem ti, e pareceu-me ser o ideal... Mas esta noite eras tu, e só tu, o meu sonho... E pareceu-me o melhor para mim...
Há uma duvída que me assome e que não me cabe nas mãos...
Como é que eu sei? Como é que alguém sabe? O que é que é sonho e o que é que é apenas desejo?
Quem é que se atreve a dizer-me que já viveu “o” seu sonho, correndo o risco de amanhã acordar com o coração apertado?
E assim, numa duvída que me consome e assusta, as minhas mãos estão cheias de nada!
Imagina que sonho com o teu beijo, e depois quando o tenho, ele mostra-se imperfeito, como é que vivo um sonho que não se revela o meu?!

Então?
Quem me diz qual é “o” nosso sonho? Como é que o identificamos?
Eu queria... mas não sei...

E o sonho que vos queria contar... já nao é meu!

13.9.04

TEMPO?

Pedes-me que te dê um tempo?!
Mas eu dei-te a vida, porque é que me pedes agora um tempo?...
Tu não sabes quanto tempo é um tempo e queres que fique assim? à espera?...
Faço-te falta numa noite fria, e dizes-mo sem reticências, e nesse momento se vive a vida, e logo voltamos ao teu tempo!
Mas que tempo é esse que nem tu sabes medir? Quantos rios se unirão ao mar, enquanto esse teu tempo não passar?
Quantas chuvas e dias de sol? Quantas pessoas mais irão te amar? ... e eu ali, suspenso no tempo...
E se te pedir para ficares mais um dia? E se te perguntar se esse dia conta no tempo?
Tu não sabes sequer responder!

Pedes-me um tempo?
Mas o que é um tempo para alguém que não sabe sequer dizer amor?!
Afirmas que se não dizes mostras, mas se não mostras dizes... Afinal o que é que fazes? Como é que sei que me amas?
Não sabes?
E eu é que tenho de levar com o tempo...
Para que é o tempo?

- Para pensar...

E vais pensar em quê? Não quero que me ames pensado, nem sequer que me deixes de amar assim..
Quero que sintas. Sabes o que é... sentir?
Sabes o que é acordares e beijares a manhã porque tens alguém para amar... e que te ama?
Tudo o que quero é ter tempo, mas tempo contigo...
Tudo o que queres é ter tempo pra pensar?...
Então pensa... tens todo o tempo do mundo...
Eu vou... em busca de alguém para amar!

9.9.04

Máquina do Mundo

“O universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto é a matéria.

Daí, que este arrepio,
Este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
Esta fresta de nada aberta no vazio,
Deve ser um intervalo”


= António Gedeão =


Estava no outro dia na Ericeira (que adoro), numa tarde esplêndida, tanto pela tarde em si, como pela companhia, (Obrigada S.), quando na montra de uma loja de tecidos, vejo este texto de António Gedeão, o meu poeta preferido.
Não sei se foi pela maneira como o texto fluia com a decoração da montra, mas naquele momento o texto bateu-me como não tinha feito ainda.
Ganhou um significado diferente para mim.
Pensei inumeras vezes se devia partilha-lo com vocês, e no meio das razões para não, e dos motivos para sim, resolvi fazê-lo.
Espero que gostem!
A vida é o intervalo entre o começo e o fim...
Espero que a gozem!

Aquele abraço.

8.9.04

PENSAMENTO

“Quando depositamos muita confiança ou expectativas numa pessoa,
o risco de nos decepcionarmos é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas,
assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar!
Nos bastar sempre!
E, quando procurarmos estar com alguém, fazer isso cientes de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não precisam umas das outras.
Elas completam-se não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras,
dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e Vida!"

5.9.04

1000 visitantes

Fiz umas pausa nas férias e desloquei-me a um Kiosk Virtual para vir até este meu "mundo".
Surpresa das surpresas, atingi neste momento 1000 visitantes.
Isto para mim é um feito e tinha de ser enaltecido. O blog existe à menos de um mês, e para mim é fantástico ver que há pessoas que vieram, e mais importante, continuam a vir, ler-me.
Muito obrigado a todos, e um abraço/beijo de amizade.

Esta semana já volto.

Até lá.