27.8.04

INFINITO

Vem... Insiste comigo...
Parte-me em dois...
Prende-me a uma vontade que resiste a uma qualquer áurea de ser mais e/ou menos que tudo!
Leva-me a um tempo que não conheço e onde existir é apenas estar contigo!
Puxa-me a ti e não deixes que caia em ser menos do que alguma vez fui...
Não deixes que ser seja apenas um constatar de que sou ali, e que nada mais é real.
Não me facas perceber que nada existe em tudo o que faço...
Assim seria apenas vazio!

Solta-me...
Solta-me nessa vontade que tenho de te agarrar sofregamente e deitar-te no chão...
Um querer mais do que tenho, mas onde tu és vontade de tudo o que faço!
E mais uma vez... Prende-me...
Prende-me a ti com esse teu beijo que reconheço apenas em sonhos que me assombram...
Prende-me a um ser teu... a um estar contigo... a um vazio que me penetra e que me faz acreditar que nesse vazio está tudo...
Se nele estiveres tu...

E se nesse vazio existires em vontade e na verdade de que me queres também...
então vou estar sempre para ti!
Nessa medida temporal que me faz viver de novo...
Nesse tempo em que somos apenas nós e um para o outro...
Nesse viver que não acaba nunca...
Esse infinito!

23.8.04

Chegar a casa e rodar a chave... Encontrar-me sozinho...
Esta noite sou mais uma vez sem ti.
Lembro-me de te abraçar como se de seguida morresse. Como se logo ali a minha vida findasse! E depois do abraço vinha o beijo, dado em jeito de segredo... como se mais ninguém pudesse saber que ali se amava! Que éramos... enfim... um só.
E ali mesmo, a vida num momento, parava para que tudo fosse perfeito!
E amava-se, como se amor fosse ar! Como se disso dependesse o nosso ser... O nosso estar... e que bom era estar contigo!
Nunca nada era igual. Pedias que te tocasse assim, ou que te beijasse de um jeito diferente...
Eu apenas pedia que ficasses... que me amasses... fosses em mim para sempre!
E de repente...
Tudo acaba... Sem perceber porquê!
E o meu eterno desejo...
por aquele beijo...
leva-me a casa.
E rodo a chave... e encontro-me sozinho...

... as mão vazias... DE TI!


19.8.04

Sentido

Não posso acreditar
Neste momento que passou!
Foi tão incrível este sermos um pró outro...
Tanto para dizer e fazer...
Impossível não ficar arrebatado!
Perdoas o sentir-me assim?
É que ainda agora nos conhecemos...
Diz-me que não faz mal!
Toma. Leva este sentimento... deixa-o crescer!
Não o largues... Não lhe dês um tempo...
Não faças nada que to permita perder!

Não consigo explicar isto que sinto...

Incomoda-te que dispa a minha alma?
Que junte coragem para te dizer que és linda?
Há algo aqui que não sei explicar...
Tenho os meus sentidos dispersos... selvagens...
Não tenho como resistir a esse sorriso!
Toma. Leva este sentimento... deixa-o crescer!
Não o largues... Não lhe dês um tempo...
Não faças nada que to permita perder!

Não consigo explicar isto que sinto...

Toda a vida esperei por algo assim...
E em nada parecido!
Sentir-te é sentir a noite...
Sentir-te... Faz todo o sentido!

17.8.04

20.000 seconds

Quedo-me sobre este teclado no culminar de mais um dia.
Não te tive de novo hoje. A sensação de que não te tenho à uma imensidão de tempo, sem nexo algum, invade-me e quase me sufoca!
Toca um CD em jeito de companhia. Escolhi K´s Choice como tanto gostas... Oiço "20.000 seconds", uma das tuas preferidas!
... porque te manténs em tudo o que faço...
...
E sentado aqui, de olhos ardentes, sem poder sentir o teu toque que te faz tão especial...
Sinto-me longe... amorfo... distante...
E fico ansioso pela tua presença... pela tua magia... por uma palavra tua, amada por mim!
Uma qualquer palavra...
Até um simples “ – ‘Tás bem? “, naquela doçura da tua voz, naquela certeza com que sempre falas, naquele misto de sentimentos achados por mim...
Sabes, sinto-me pequeno por apenas agora me aperceber do que fizeste... sinto-me pobre por não o ter compreendido antes...
Sinto-me ineficaz neste escorrer de lágrima que, de uma forma envergonhada, procuro disfarçar!
...
Sinto-me triste, alegre, sóbrio, perturbado... sei lá...
Com saudades de como és.
Desculpa...
Pela distância que ajudei a criar.
Tocas-me tão fundo.
Tão fundo num órgão tão pequeno e vazio que é este meu coração...
Nunca me senti assim!
A lágrima cai...
Derrotaste-me!
Foi hoje... foi à 2 anos atrás...
E amo-te tanto!
...
Não sei...
Não aceito...
Não percebo como todo o meu controle pessoal se desvanece num simples olhar teu... num mero sorriso desenhado por ti... num simples dizer com todo o carinho que possuis...
Sinto-me só!
Sou apenas restos da tua magia...
E que magia fazes em mim!
E que sentido davas a todo o meu procurar pelas tuas certezas...
Pelo teu amor que queria meu...
...
Não me peças o que não dou!
Ou pelo menos o que não posso dar...
Não me peças que seja mais que isto ou aquilo tudo que já conheces...
Não me peças...
Já conseguiste!
Estou perdido pelo facto de ter estado tão longe de ti. Pelo facto de só hoje, aqui, sentir o que me foge e o que me cai dos braços...
Dói-me a forma como me tocas!
Apenas por seres quem és... como és...
Não me peças para to explicar... Simplesmente nunca...
NUNCA senti de forma tão forte, um toque... um beijo... uma mão percorrendo-me o corpo...
Deixa-me ser...
Deixa-me estar...
...
Desculpa este estarmos distantes por momentos, que insistes em dizer que é culpa minha!
Amo-te demais para te perder...
E vejo-me desejado num teu telefonema, nesta facilidade com que me prendes à lembrança!
Sabes, todos me dizem para te esquecer...
Mas depois, tudo à minha volta é desculpa para te procurar... para te falar... para te sentir...
E nem sei como te explicar o prazer que é ter-te perto de mim... ali... perto de mim...
Sentir-te sem te sentir...
Como aquele que sente o que não tem...
Como aquele que vê o que não está...
Aqui... longe de ti...
Percebes?
Eu não!!
Agora por exemplo apetece procurar-te! Mas não devo...
Mas apetece tanto que chego a sentir todo um contorcer do meu corpo nesta vontade que me dá...
É como eu disse...
Amo-te muito!
...
Não me deixes sem sentir o teu toque...
Não me deixes sem o alimento do teu beijo...
Não me deixes sem ti...
...
Não me deixes...

16.8.04

Lamento

O meu quarto é o poiso
De todas as fantasias.
Fantasias que não vivo
E me deixam doente.
O meu quarto é a alma do que tu és...
E choram as paredes
Porque não há gente!
Os meus sonhos são chamas
E paus afiados,
Que me queimam e me espetam,
Que me magoam o corpo.
O tu não me amares é o golpe final!
Fim da tragédia!
... Estou morto!

Mas grita o meu nome
Em tons de paixão...
Estende-me um beijo,
Atira-me a mão.
Canta, chora, diz que me amas
E amaldiçoa-me a morte
Quando agora me chamas.
Por fim... deita-te em sono profundo,
Lamenta-te naquela que podia ter o mundo.
Então eu volto no limiar do tempo,
Para uma última palavra e uma só lágrima,
Concedidas por aquele que é Deus!
Digo-te que te amo e que parto feliz...
Pois levo-te os olhos, que agora são meus.

13.8.04

A um ti que eu inventei

Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.

Um pesar grãos de nada em minha balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.

Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.



"António Gedeão"


Quis partilhar com quem seja, este poema de António Gedeão! Não sei se diz tudo... mas diz muito!
Espero que gostem também.

Posso?

Sabes?...
Gostava de viver algo por inteiro! Um amor daqueles... percebes? Que duram para sempre...
Gostava de ser o mundo para alguém, e de centrar o meu mundo numa pessoa que me completasse...
Detesto pensar que posso deixar que a minha vida me passe ao lado!
Quero alguém que me preencha...
Alguém com quem partilhar um (de muitos) jantar romântico... à luz de velas... com uma música calminha... de fundo... a tocar baixinho...
Queria sentir tudo por uma só pessoa, e entregar-me sem limites... sem sentido...
QUERO tanto conhecer um rapaz que me ganhe, me conquiste... que me domine!
Poder chegar a casa e saber que ele chega já, já...
Preparar-me! Pôr-me bonita... ou apenas mais fresca!
Cozinhar para ele. Depois seduzi-lo quando estamos prestes a começar a comer... Fazer amor com ele ali mesmo, no chão da cozinha... deixar que ele me pegue nos braços e me conduza ao quarto, enquanto nos amamos na sala... no corredor... no chão... nas paredes... por fim na cama!
Quero tanto! TANTO!
Haverá alguém à minha procura?
E esse alguém saberá que eu espero por ele também?
Será que já nos conhecemos num sonho qualquer? Ou já nos cruzámos em lados opostos de uma mesma rua?
Não sei... Mas queria tanto!
Passear com ele na praia... de mãos dadas... partilhar um pôr-do-sol... vê-lo sorrir... sentir o seu braço nas minhas costas... a agarrar-me... forte...
Estou cansada... Não de procurar, mas de não ser encontrada!
O que achas?
Achas que vou encontrar esse alguém? Vivê-lo desta forma intensa e eterna?
...
...
...
O que é que eu acho?...
...
...
Posso ser eu?
...
...

11.8.04

"LOST IN TRANSLATION"

Já vi este filme umas quantas vezes(quem não viu, aconselho vivamente)...
Tudo neste filme parece pensado ao pormenor para nos fascinar... Duas pessoas tão diferentes, tão iguais... Encontram-se num país tão estranho, e tão igual ao mesmo tempo...
A vivência que este filme nos transmite dessas 2 pessoas nesse país estranho é demais envolvente! A amizade... O (suposto) amor...
E foca um pormenor que acho deveras interessante...
Ela, a passar uns dias com o marido (recente) que visita o Japão em trabalho...
Ele, casado, filhos, em visita ao Japão para uma campanha de publicidade...
Ambos tão, mas tão, SÓS!!!
E depois vejo-me a pensar em quantas pessoas não estarão, no meio da sua vivência de todos os dias, com o(a) namorado(a), o marido ou mulher, igualmente sós!!!

Eu próprio lamento dizer que já passei por isso... Sentir-me só, mesmo tendo alguém do meu lado! Ou porque não nos liga, ou não dá valor, ou simplesmente quase nunca está...

Li no outro dia num blog (peço desculpa não me lembrar onde foi) que o pior de estar sozinho é podermo-nos habituar a essa solidão... Eu tenho esse medo! Medo de me habituar de tal forma a estar só, que depois não me imagine com mais ninguém... E uma vida são, na melhor das hipóteses, 80 anos! SOZINHO??!!

Eu gosto de estar sozinho... Mas não quero acabar só...

...

Passa o tempo,
e tu...
e eu...
Uma vida num beijo,
E na demência de um desejo
Numa oração, peço-te ao céu.

Existo apenas através do teu olhar
Mero escravo da tua vontade.
E em cada lágrima que choras
Nasce em mim uma dor imensa...
Matas-me em jeito de saudade!

Conheci-te num dia sem passado,
E nasci no dia em que te ganhei.
E este sorriso que trago,
que é onde te guardo,
Diz-me que em ti está tudo o que sei.

Passa o tempo...
e tu...
e eu...
Uma vida num beijo,
E na suplícia por mais um desejo,
Uma oração... pelo teu amor que é meu!

10.8.04

...

Percorri Kilómetros para te esquecer...

"Perfume de Mulher"

Ontem fiquei em casa à noite!
Eu, o meu quarto, o canal Hollywood, e o filme "Perfume".
Al Pacino no seu melhor. Há uma altura no filme em que, num restaurante fino, ele e o seu ajudante se juntam a uma jovem que estava sozinha a uma mesa.
Após alguma conversa, ela confidencia-lhe que nunca aprendeu a dançar o tango embora gostasse.
... ele convida-a para dançar e , ali, sem mais nem menos, em pleno restaurante, dançam um tango os dois... e os olhos dela brilham!


A vida devia ser assim... De improviso!